sábado, 15 de janeiro de 2011

Sobre a caricatura



O termo caricatura, origina-se etimologicamente do verbo italiano, particípio do passado caricare, retrato escrito que, com intenção cômica ou satírica acentua ou até deforma os traços característicos do modelo”.[1] É descrito pelo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “como o desenho que, pelo traço ou escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos caricatos de pessoa ou fato; reprodução deformada de algo”,[2] e, ainda, pelo dicionário francês, Le Petit Robert como, “desenho pintura que pelo traço, a escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos ridículos e desagradáveis”.[3]

Pode - se constatar a partir das definições acima descritas, que o ato de representar por meio da caricatura, está sempre em paralelo com o propósito do artista em atribuir proporções maiores que as reais. As feições de pessoas ou circunstâncias para mostrar as suas particularidades, pela “criação do grotesco, a sátira,” A união desses elementos informaria menos uma modificação do sujeito e objeto caricaturados e mais suas “formas aproximadas de ser, estar, pensar e agir”. [4]

Contudo, a caricatura, seria pois, “uma representação plástica ou gráfica de uma pessoa tipo, ação ou idéia interpretada voluntariamente de forma distorcida sob seu aspecto ridículo ou grotesco.”[5]

A) A CARICATURA

Segundo Fonseca, a caricatura é uma expressão que põe em evidência as características físicas de uma pessoa, podendo constar ou não um comentário social. Contudo, por ressaltar certas características físicas de uma pessoa caricaturada, tem-se a possibilidade de conhecimento sobre o sujeito e o contexto histórico no qual esteve inserido. Pode estar ou não ligada a discursos que usam linguagens exageradas, críticas ou neutras, porque são representações sobre um tempo e uma memória. É comum o uso do termo caricatura para nomear as distintas formas de humor gráfico.[6]

“A caricatura é, portanto, uma produção do cotidiano sobre determinados indivíduos para aqueles que vivenciam um momento histórico comum e compartilham o imediatismo da memória coletiva”.[7]


Imagem I: O Pasquim n° 41 – Abril 1970. p. 96.

Na imagem I apresentamos as principais características do que se define por caricatura. A pessoa retratada é o canto e compositor “Chico Buarque” e, ao fundo vemos a lua na sua fase minguante; os cabelos da pessoa está penteado de lado, de olhos fechados, e um discreto bigode; está tocando um violão, e este está representado como uma parte do corpo do cantor, o tronco.

Francisco Buarque de Holanda nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944, cantor e compositor de música popular, foi um dos vencedores do II Festival de Música Popular Brasileira no ano de 1966, em São Paulo.

Foi mais uma vítima do regime militar, pois grande parte de suas composições foi censurada, e se exilou na Europa em 1968. O contato com a documentação me levou a perceber que mesmo banido do país, seu nome continuava circulando na imprensa alternativa, pois Chico, fez uma entrevista e uma série de artigos que foram publicados no Pasquim.[8] Apenas através dos traços, conseguimos identificar na caricatura que trata-se de Chico Buarque.


[1] Disponível em; < href="http://www.dicionariohouaiss.com.br/index2.asp">.dicionariohouaiss.com.br/index2.asp >; acesso em : 14/08/2010 20:40.

[2] HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Mini – Dicionário da Língua Portuguesa; Nova Fronteira; 3° Ed.; Rio de Janeiro. 1993. p.103.

[3] Disponivel em: < www.ciao.fr/Le_Noveau_Petit_ Robert_Dictionaire_alphabetique_et_analogique_ > Version Életronique Du Nouveau Petit Robert. Dictionnaire Analogique Et Alphabétique de La Langue Française. Paris, 1996.

[4] PETRY, Michele Bete. Caricaturas, Charges e Cartuns: Um Estudo Sobre as Expressões Gráficas de Humor como fontes para a pesquisa em História. Monografia apresentada à disciplina de Orientação do Trabalho Monográfico no Curso de História da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, 2008, p. 23.

[5] FONSECA, Joaquim da. “Caricatura: a imagem gráfica do humor”. Porto Alegre: Artes e Oficios, 1999. IN: PETRY; Michele Bete, Caricaturas, Charges e Cartuns: Um Estudo sobre As Expressões Gráficas de Humor como Fontes para a pesquisa em História. Monografia apresentada à disciplina de Orientação do trabalho Monográfico no Curso de História da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, 2008, p. 23.

[6] MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Jango e Golpe de 64 na caricatura. Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahar, 2006. p. 27 e 28.

[7] Idem, ibidem, 15, p. 27.

[8] n° 6 – Agosto 1969/ n ° 11 – Setembro 1969 / n ° 41 – Abril 1970, p. 95 .

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ata de Reunião CUCA

SEGUE ABAIXO A ATA DA REUNIÃO DA SEGUNDA REUNIÃO DO CUCA UFMT-CAMPUS DE RONDONÓPOLIS, REALIZADA NO DIA 20 DE SETEMBRO DE 2010




terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ser ou não ser colunista do cuca: eis a questão

No dia 26 de agosto do corrente ano, fui convidado para ser colunista do CUCA. Cuca todos pode perguntar: “O que é isso? Quem é? E para onde vai?” este “tal” de cuca. Tais questões sempre estiveram presentes na filosofia nas ciências e na arte e na cultura da humanidade, e no CUCA não poderia ser diferente. Não é mesmo?
Primeiramente trataremos que dizer o que é o CUCA, ou melhor, a sigla (acrônimo) CUCA, por sua vez, significa Circuito Universitário de Cultura e Arte. Mas afinal, o que é o CUCA?
O CUCA é um grupo de pessoas que tem por objetivo disseminar a cultura e a arte no meio estudantil, institucional e busca ainda levar a cultura e arte além do mundo acadêmico .
Os integrantes do CUCA vieram de diferentes lugares deste imenso Brasil, das vilas, das pequenas cidades e de grandes centros urbanos. Vieram fazer a arte e a cultura deste Campus Universitário, a fim de revelar as peculidades e vicissitudes de falar com o corpo, com a alma e com os “alteregos” de si e do outro
Formular questões como estas, parece para todo colunista iniciante, algo fácil, porém responde-las pode ser quase impossível. Creio que o impossível para a arte não existe, pois para a criação artística e cultural a vida não deve ser meramente vivida, mas sim recriada.
Quero aqui dizer com este blábláblá, que o cuca vai muito além do que se pode imaginar, ou seja, nosso imaginário é atualizado e reatualizado com o CUCA. Podemos dizer, então, que o CUCA vai aos recônditos humanos para assim, buscar a auto-realização humana.
Para concluir esta conversa, quero dizer que foi com o intuito de responder as questões propostas acima que concordei em tornar-se colunista do CUCA. Em breves palavras posso dizer que o CUCA é um movimento de difusão da arte e da cultura deste Campus Universitário. E foi com bastante carinho e apreço pelo CUCA que aceitei o desafio de ser um colunista.
VIVA O CUCA!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dessa vez a Independência vem?

Caso olhemos para a folhinha no dia 07 de setembro veremos que o feriado da independência (qualidade de ser independente, não depender de ninguém, ser livre; autônomo) esta lá para ser comemorada; 187 anos de independência para o Brasil?
Qualquer brasileiro sabe que não somos livres. Devemos quase US$ 140 bilhões ao exterior e quase R$ 2 trilhões de Dívida Pública. Que independência é essa?

Vamos comemorar?

A situação de o Governo Federal dever tanto assim, faz com que os investimentos públicos principais não ocorram na escala necessária e nem próximos dela. Assim o desemprego não se reduz e a economia informal não desaparece (+ de 40 milhões de carteiras de trabalho não são assinadas). Em função da crise atual, as coisas pioraram ainda mais: a violência pessoal, familiar, policial e social, os freqüentes cortes nos orçamentos da saúde pública cresceram como nunca.
Por outro lado, a qualidade de vida da maioria fica mais comprometida, perdendo valor, enquanto a educação decai em função de erros passados, chegando a haver situações em que o governo precisa pagar para que o aluno excluído volte a estudar.

Independência?

Em nossa história, tivemos pelo menos quatro ocasiões de nos tornarmos ricos e livres. A mineração (século XVIII) acabou carreando o ouro para Portugal, sendo que este foi parar, por fim na Inglaterra. Ambição demasiada, voracidade estonteante, dilapidação frenética dos meios naturais, por parte de metrópole e colônia, conduziu a decadência rápida.
O Brasil chegou a ser o único produtor agrícola mundial por muito tempo. Com o café começamos a financiar indiretamente nossa indústria de base. O que ressaltamos para o ouro se aplica também ao café, ao que se acrescenta ainda a ausência de uma política aguerrida de preços e plantagem organizada.
O surto da cana-de-açúcar fez do Brasil o primeiro e quase único produtor de açúcar e álcool por quase 200 anos. Foi o nosso primeiro “ouro verde”, capaz de edificar a sociedade do açúcar que levou para o Nordeste a supremacia econômica no País por também quase 200 anos. O somatório de erros repetidos mais a concentração fundiária, a escravidão, a monocultura e a superprodução relativa, levaram o açúcar e o Nordeste para a crise.
Depois da segunda Guerra Mundial, o Brasil foi o país que mais cresceu economicamente e até a crise da divida (anos de 1980) teve certo esplendor como desenvolvimento do subdesenvolvimento industrial maduro. A aventura do Plano Real e da privatização tornou – nos mais independente ainda da suposta Globalização. O Brasil caiu da posição de pais industrializado para exportador de “commodities”: (soja, frango, carne bovina, suco de laranja, açúcar, etc.); que recuam sua participação no comercio internacional de 1% para quase 0,5%.
Nosso PIB chegou a US$ 800 bilhões, durante os Governos Militares e hoje mal alcança US$ 500 bilhões.


Independência? Vamos comemorar?

Lula anunciou esses dias que descobrimos, em território nacional, a maior concentração de petróleo do mundo, até então conhecida, o Pré – Sal. Dessa vez, sem peias nem meias, podemos alcançar no curto e médio prazo, não apenas nossa autonomia sonhada pelo povo brasileiro (assalariado, desempregado e remediados), mais um ágil e fértil programa de redistribuição para nossa gente.
Nosso presidente, uma pessoa de muita sorte e competência, anda se manifestando de forma um tanto ambígua a cerca dessa questão, que exige um posicionamento de um verdadeiro Chefe de Estado que se ponha na defesa de seu povo, e não fique querendo urgência de uma aprovação irresponsável do projeto sem nem mesmo decidir como vão ser distribuídos os recursos obtidos com a exploração do solo que pertence ao povo brasileiro. Devemos acompanhar tudo isso com redobrado interesses; podemos mesmo vigiar o processo que pode nos tornar livres e providos em abundancia. Vamos acompanhar, cobrar e participar, defendendo nossos interesses e necessidades.


Tomara que em 07 de setembro de 2011, já tenhamos o que comemorar.


Rondonópolis – MT, 03 de setembro de 2010.





Felipe Barbosa Teixeira (Membro do Movimento Negro de Rondonópolis e Estudante do 8º semestre de Engenharia Agrícola e Ambiental do ICAT/CUR/UFMT).

domingo, 22 de agosto de 2010

A pseudo-igualdade entre os gêneros

Recentemente a lei Maria da Penha nº 11.340/2006 completou quatro anos de vigência, o aniversário da lei trouxe consigo grande reflexão no âmbito social no que tange a valorização e reconhecimento dos direitos da mulher na esfera, não só familiar, mas social como um todo.

O movimento que enseja a luta pela igualdade entre os gêneros aufere importante destaque sobre a participação feminina em todos os setores sociais, concomitante sua importância para a saudável constituição e manutenção do instituto família.

O Estado pune aquele que comete crime contra outrem, por essa análise é evidente que a mulher também está incluída. Então, por que a necessidade de lei especial para a garantia desses direitos? A imprescindibilidade decorre da idéia de que a mulher, no seio familiar, não era agente ativo das decisões, mas vista como mera posse do marido; os costumes patriarcais trouxeram a ideia de “acessório” à figura feminina, fazendo deste, objeto de manipulação do marido, do pai, do dono.

Porém a sociedade está mudando, e mais do que nunca os homens e as mulheres estão evoluindo para perceberem que este sistema antigo e retrógrado de convivência não pode/deve ser sustentado. O homem moderno está empenhado e disposto a reconhecer o massacre praticado durante os séculos contra a figura feminina, logo, por meio da luta não só a mulher conseguiu reverter o quadro, mas grupos inteiros, etnias e povos alcançaram o conceito de dignidade da pessoa humana, princípio fundamental de qualquer Estado de Direito e dos acordos internacionais que versam sobre direitos humanos.

Diante todo o exposto é preciso observar uma conduta sorrateira, furtiva e nada principiológica que vem sendo praticada em nome do movimento feminista, poderíamos chamá-la de pseudo-feminismo; este é fruto de uma indignação agressiva, de princípios cobertos de ódio e rancor pelo homem, que nada contribui para o âmago do movimento alçado na igualdade e cooperação entre os gêneros. A revolta infundada consiste em praticar, injustamente, contra o homem contemporâneo a discriminação, o martírio, sua diminuição de forma a retribuir o cometido por seus antepassados durante a história, a "lei de Talião feminina", ou seja, olho por olho, dente por dente. O fanatismo feminista traz a involução do comportamento justo, e qualquer posicionamento parcial denota contrariedade a esse falso movimento, por certo, esse pensamento sinaliza um risco para a sociedade; tais mulheres atacam qualquer figura masculina, pois para elas só se alcançaria a igualdade se o homem passasse por tudo que a mulher passou. Logo o pseudo-feminismo se consubstancia na pseudo-justiça, no exercício arbitrário das próprias razões, no sepultamento da conquista feminista. Estamos diante de outro ser que não a mulher, um ser que luta por mudança, mas persiste estagnado; que desvirtua todo o propósito do doloroso movimento feminino, um ser que apregoa a pseudo-igualdade entre os gêneros.
Por: André Luiz Gomes Duran

sábado, 21 de agosto de 2010

Resenha do Trajetórias de Vidas e Formação Acadêmica: O Programa Conexões de Saberes na UFMT


O Livro “Trajetórias de Vida e Formação Acadêmica: O Programa Conexões de Saberes na UFMT” traz-nos uma coletânea de artigos baseados nas experiências, atividades e pesquisas dos estudantes partícipes do programa, com um componente crítico, composição e organização sensacional das professoras Dr.ª Ivone Maria Ferreira e Msc. Marilda Matsubara. O trabalho mostra-nos a realidade das comunidades populares, nas suas lutas e conquistas nos mais variados campos como cultura, educação, políticas afirmativas, entre outros assuntos.


Destaque para os magnânimos trabalhos dos nossos pesquisadores conexistas do Campus Universitário de Rondonópolis, que sobre a laboriosa e genial orientação do professor Pós-Dr. e associado do Departamento de História/ICHS/CUR/UFMT, Flávio Antonio da Silva Nascimento, produziram dois artigos tratando das lutas étnicas e políticas arfimativas; divididos em duas frentes de trabalho: ao observarmos a parte I do livro esta é encerrada pelo artigo Introdução ao Estudo do Racismo no Mercado de Trabalho em Rondonópolis-MT, no qual destaca-se a bolsista Silmara Ribeiro que encabeçou o assunto e é pesquisadora da área; na parte II, o trabalho Cursinho Pré-Vestibular Gratuito/Integração social: do programa “Novos Rumos” ao programa “Zumbi dos Palmares” – Rondonópolis-MT – o grupo encabeçado por Felipe Barbosa Teixeira que trabalhou a questão das políticas afirmativas de acesso ao Ensino Superior Público e a questão das Sobrevagas na UFMT.


Assim recomendamos esta leitura a todos, para desfrute, conhecimento e prestígio ao trabalho de nossos colegas e camaradas universitários.
Por Felipe B. Teixeira

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Arte e Dança

Quem é que nunca dançou ou movimentou o corpo com o batuque de uma música? Bem, é difícil encontrar uma pessoa que nunca se remexeu ou contorceu ao ouvir um som.

Sabendo disso, ao certo é interessante conhecer ou saber um pouquinho sobre essa arte que envolve a maioria dos povos e que muitas vezes é utilizada não apenas como uma distração, mas como exercício e até mesmo como terapia.

A dança é considerada uma das artes mais antigas, é também a única que despensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função, enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem. Segundo o site http://brgeocities.com/quemdancaemaisfeliz, em uma publicação, o desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizava as chamadas danças astroteológicas em homenagem ao Deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças clássicas dos povos asiáticos.

Na Grécia Clássica, a dança era, frequentemente, vinculada os jogos, em especial aos olímpicos. Com o renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários cortesãos e palacianos. No século XIX apareceram a Contradança (que se transformou na quadrilha), a Valsa, a Polca, a Mazurca, o Scottish, o Pas-de-quatre, etc. No século passado surgiu o Boston, só destronado pelas danças exóticas (Cake-Walk, Maxine, One Step, Fox-Trot, e Tango). A divulgação da dança se deu também fora do espetáculo, principalmente, nas tradições populares.

Tipos de dança

Existem quatro grandes grupos de estilos de dança, que são:

*Dança Clássica - conjunto de movimentos e de passos, elaborados em sistema e ensinados no ensino coreográfico.

*Dança de Salão - praticada nas reuniões e nos dancings.

*Dança Moderna - que se libertou dos princípios rígidos da dança acadêmica e que serviu de base ao bailado contemporâneo

*Dança Rítmica
A esse respeito apresentamos aqui um de nossos cuqueiros, George Santana, dançando a coreografia que mercado perde, e muitas outras. Apreciem: